sábado, 9 de fevereiro de 2013

EM DEFESA DOS PÁSSAROS

Fui dar uma volta pelo bairro. Em frente ao Shopping Paulista um casal de papagaios fazia algazarra nas árvores da praça. Trilavam, gorjeavam em festa. Era fim de tarde. O sol se escondia atrás dos prédios anunciando a noite. Mostrei-os à minha mulher. Que lindos papagaios! Exclamei. Voaram em retirada e, sempre trilando, cruzaram à Avenida Paulista com seus majestosos edifícios, maior centro financeiro da América do Sul, em direção aos Jardins. Iam para o refúgio noturno indiferentes ao barulho da cidade, ao congestionamento da avanida.
                    Como menino de fazenda, aquela cena me era comun na infância. Felizmente, as aves, hoje, encontram refúgio seguro nas metrópolis. Às vezes são importunadas. Em frente ao prédio onde resido, uma árvore abrigava algumas delas. Inclusive uma sabiá. Ele cantava muito. Mesmo durante a noite. Mas entrou um sídico novo e, em nome da segurança, mandou instalar dois holofotes que iluminan, além da frente do prédio, toda a árvore. Resumindo: nenhuma delas quis ficar ali. Como é ruim, termos que, por alguma razão, abandonar nossa residência. A violência também atinge os pássaros.
                      Isso ocorreu há três meses e ainda sinto imensa saudade do canto do sabiá. Fico triste quando vejo a árvore iluminada sem qualquer um dos pássaros. Mas não é só. No meu bairro, na época do natal, costuma-se iluminar as árvores. É lindo vê-las cheias de luzinhas, porém observei que os pássaros não gostam nada disso. Eles se mudam. Será que Papai Noel aprova isso? Como fazer? É preciso repensar a questão. Vamos viver sem molestar a passarada de nossa cidade. Vamos dar prioridade a eles como é dada às crianças, aos adolescentes e aos idosos. Que tal o "Estatuto das Aves!".
                       Enquanto isso não ocorre, devemos conscientizar àqueles que mantêm pássaros aprisionados. É egoismo exagerado ter um pássaro na gaiola apenas para satisfação própria: ouvir o seu gorjeio indiferente ao sofrimento que lhe causa. E, nesse diapasão em pergunto: quais são os maiores bens dos animais? Assim como do homem, a vida e a liberdade. De resto nossa Constituição proíbe a prisão perpétua de criminosos. E os pássaros em prisão pérpétua sem cometer qualquer crime? De lembar, ainda, que a vida sem liberdade pouco adianta.
                        Se você tiver um pássaro aprisionado solte-o. Você estará fazendo em primeiro lugar, um bem a você mesmo e, em segundo, à natureza. Saiba que trazer pássaro aprisionado dá azar. Você está contrariando a Lei Universal. Se você tem dores lombares, asma, úlcera ou até mesmo um câncer, a causa pode estar nisso. Seu carma (do sânscrito: Karman) não anda bem. Você está atraindo fluidos negativos. Os espíritos da floresta estão odiando-o e isso reflete na sua saúde física e mental.