sábado, 25 de maio de 2013

Preocupar-se para que?

Platão, grande filósofo grego, há mais de dois mil anos disse que "o maior erro que os médicos cometem é procurar curar o corpo sem tentar curar o espírito: eis que a mente e o corpo são unos e não podem ser tratados separadamente". Hoje, a maioria dos médicos reconhece essa verdade. A Medicina enfrentou com sucesso grandes desafios: a cólera, a varíola, a febre amarela e tantos outros flagelos. Mas a ciência médica ainda tem pela frente um grande problema: curar o medo, o ódio, a frustação, o desespero; enfim, as preocupações.
             Já me vi preocupado, inúmeras vezes. Por isso, entendo de preocupações. Creio que você também. É horrível sentir-se preso a ela. A vida perde seu verdadeiro sentido. É emoção destruidora que afeta a nossa existência, podendo transformar a pessoa mais saudável num doente. E mais: ela está sempre à espreita, querendo entrar em nossas vidas. Por isso, necessitamos de manter um escudo psicológico contra ela e estarmos sempre atentos para não nos deixar envolver.
              As preocupações podem causar pressão alta, úlcera, diabete e tantas outras doenças, como as do coração. Pode, pois, levar ao infarto. Os médicos podem confirmar essa verdade. No mais, porque eles próprios são afetados. Morrem dez vezes mais médicos de enfermidades cardíacas do que agricultores. Eles têm vida tensa e pagam, involuntariamente, por essa existência atribulada. Mesmo sabendo mais que nós dos riscos, nem sempre seguem o que recomendam: alimentação saudável e caminhadas. As caminhadas ajudam a dissipar as preocupações.
              Tem mais. Poucas coisas conseguem envelhecer mais do que as preocupações. A beleza pode ser seriamente afetada. As preocupações endurecem a fisionomia, cerram os dentes e enchem o rosto de rugas. A dentição fica cariada e os cabelos ficam brancos; em alguns casos passam a cair. Veja que doença do espírito terrível!
               Quando eu era jovem, estudante, morei numa pensão em São Paulo, e o filho da dona da pensão, o Paulinho, um rapaz alto, de olhos azuis e sorridente, estava estudando para o vestibular de Medicina da USP. Eu já havia me formado em Direito, não morava mais na pensão, quando encontrei o Paulinho. Ele ainda não havia passado no vestibular. Disse-me que depois de cinco anos havia desistido em razão da saúde. Perguntei: o que você tem? "Preocupação!", respondeu. Vi que ele estava, excessivamente, magro, curvado, parecendo um velho e com os cabelos totalmente brancos.
                Se o seu chefe é um carrasco, se o seu professor é prepotente, se a sua mulher é ranzinza e se suas finanças não andam bem, evite preocupar-se. Amanhã é outro dia! Você tem forças interiores capazes de lhe dar paz espiritual em meio do tumulto da vida moderna. Forças que lhe farão suportar coisas muitos piores do que as que está enfrentando. Você é mais forte do que imagina ser e pode mudar as coisas para melhor. Preocupar-se para que? Tenha uma atitude positiva frente a vida. Confie em Deus e ore sempre!
                 "Posso todas as coisas em Cristo que me fortalece" (Filipenses, c. 4, v. 13).