segunda-feira, 16 de março de 2015

Água potável do Piauí salva São Paulo (Crônica)


Estamos no ano 2045. Em 2014 a crise hídrica assustou São Paulo. Era governador Geraldo Alckmin. Foi um ano de eleição para o governo estadual e ele ocultou da população a gravidade do problema. Mas, logo que foi reeleito, apareceu nos meios de comunicação e encheu a população de pavor: "É grave. Vou solicitar ajuda ao governo federal!". Porém chegaram as chuvas, que embora parcas, amainou a situação. A represa Cantareira e a Billings aguentaram um pouco mais. Foi um paliativo. O remédio tirou a dor, mas não o mal.

De paliativo em paliativo, de racionamento em racionamento, passaram 30 anos. Enquanto isso a floresta amazônica que era o pulmão do mundo foi reduzida em 70%, face a investida inescrupulosa de madeireiros e posseiros. Chamada a Força Nacional, para conter a devastação, nada se conseguiu, a não ser prisões e mais prisões, enquanto os chefões permaneceram, no Rio e em São Paulo, impunes.

A população de São Paulo, hoje, está sofrida. Sem água para lavar o carro, tomar banho e lavar roupas. Tudo isso é proibido. Só há água para beber e assim mesmo racionada. Nas ruas as crianças pobres e os moradores de rua perambulam pedindo água pelo amor de Deus. Multidões invadiram a avenida Paulista, onde o governo mantém carros-pipas, mas, para encher um balde precisa a autorização do capitão da guarda.

Não há de onde tirar água. O Rio Tietê virou um córrego sujo, imundo. O Pinheiros, nem se fala. Mas
a solução foi encontrada: o Piauí. Sondas profundas foram introduzidas no solo, no sertão, onde o nordestino e animais morriam de sede e, descobriu-se o que era de há muito sabido: um grande mar subterrâneo. O sertanejo sabia: "O mar virou sertão e o sertão virou mar".

O resultado de tanta desgraça foi a ação predatória do homem. O desrespeito à natureza, ao meio ambiente. Já disse um velho índio: "O mal que o homem branco fizer à natureza reverterá a ele próprio". Sem a natureza não haverá vida na face da terra. E essa advertência nunca foi observada. Vê-se agora as consequencias.

Apesar de tudo o Piauí vai garantir São Paulo, de água potável, por aproximadamente 10 anos. Daí em diante não se sabe o que ocorrerá. Certo é que as reservas hídricas daquele Estado, também, são finitas. Acabarão. Mas, a tecnologia poderá salvar São Paulo com a dessalinização das águas do mar, como vem ocorrendo em alguns países da Europa. Não sem muito custo. É caro! Só os ricos vão poder obtê-la.

Toda a tecnologia para extrair o precioso líquido do mar subterrâneo do Piauí está sendo financiada pelo Banco Mundial. Inclusive as tubulações para a transposição das águas. E aqui vai uma boa notícia: a água é doce e da melhor qualidade. A natureza foi pródiga.

Enquanto isso, os piauienses estão preocupados. Não com as águas que serão levadas para São Paulo. É meritório salvar os irmãos sedentos. Mas pela preservação dos rios Parnaíba, Poty e seus afluentes.
A preocupação é justificável. Afinal, são rios que dão vida aos seus habitantes.

                                                           
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      Por maior que seja o seu sonho cabe no universo e pode ser realizado. Pense alto! - JMG

                      
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