terça-feira, 9 de dezembro de 2014

Domine outro idioma

Você deve dominar outro idioma além do seu. Nunca se sabe quando surgirá a possibilidade de usá-lo profissionalmente. Uma nova oportunidade de vida. Se Pinheiro Neto não falasse fluentemente o inglês, não teria conseguido transformar sua organização jurídica, Pinheiro Neto - Advogados Associados, hoje com mais de seiscentos advogados, na maior do Brasil. É que toda firma inglesa que desejava se instalar neste país, o procurava.
           Meu primeiro emprego foi numa siderurgia em Corumbá (MS), quando eu contava dezesseis anos de idade. Por ali apareceu o Arnaldo, um jovem negro, alegre, simpático. Havia chegado do Rio de Janeiro, mandado por um sócio da empresa, para exercer a função de auxiliar de almoxarifado. O Arnaldo era morador de favela no Rio. À procura de melhores condições de vida foi para aquela cidade distante, à margem do rio Paraguai, fronteira com a Bolívia. Como eu, ele desejava vencer na vida. 
         Numa tarde quente, de sol abrasador, parou na frente do almoxarifado um jipe enorme. Seu condutor, um geólogo americano de estatura exageradamente alta, de roupa cáqui com chapéu de caçador de elefante, sem esboçar sorriso desceu do veículo e quis saber qual de nós poderia acompanhá-lo. Surpreendentemente, o Arnaldo deu três passos à frente e entabulou com o americano uma conversa que jamais entendi. Falava inglês fluentemente. Seguiram para os Morros do Urucum, onde o geólogo tiraria amostras de minério de ferro e manganês. O americano permaneceu em Corumbá aproximadamente um mês e quando voltou para a América fez questão de levá-lo. 
           Uma semana antes de partirem eu me encontrei com o Arnaldo. Ele era só felicidade. Perguntei como havia aprendido o inglês. Disse que procurou a melhor escola de línguas de Copacabana e fez um trato com o dono. Ele limparia as salas após as aulas noturnas e, em contrapartida, assistiria às aulas que desejasse. O negócio foi fechado e em pouco mais de um ano estava dominando o idioma. 
               Disse também que para melhorar a pronúncia procurava os americanos na praia e se oferecia para  favores: buscar coca-cola, água mineral e coco gelado. Isso lhe rendia alguns dólares.
                Veja que quem quer, sempre dá um jeitinho. "Querer é Poder".
             

Nenhum comentário:

Postar um comentário