terça-feira, 26 de abril de 2016

Deixe a pessoa fazer

Devemos estar sempre atentos para ajudar as pessoas. Mas você não deve carregar os fardos pesados dos outros. Há pessoas que são adeptas do menor esforço e querem que você resolva os seus problemas. Que você faça aquilo que a ela compete, por puro comodismo.

Tive uma organização jurídica no centro de São Paulo por mais de vinte anos. Havia mais de dez profissionais; homens e mulheres. Eu, naturalmente, por ser o titular e o mais experiente procurei ajudá-los na elaboração de ações, nas defesas e nos recursos. No começo corria tudo bem. Mas a certa altura observei que eu não estava fazendo mais nada; só ajudando. No meu gabinete, pela manhã, faziam fila. Em resumo: eles não estavam estudando as causas, não estavam progredindo.

Muitas vezes fazemos alguma coisa por alguém pensando que estamos ajudando, mas observamos, depois, que estamos atrapalhando. Tirando da pessoa a possibilidade de resolver o seu próprio problema. E o pior: a pessoa acostuma. Entra na zona de conforto. Traz o caso para você resolver e pronto. É a tal história: "não dê o peixe e, sim, o anzol".

Quando mudei de atitude, o que não foi fácil, eles passaram a progredir visivelmente. Consultavam os livros, discutiam entre si e resolviam seus problemas deixando-me livre para atender a clientela. Muitos deles, atualmente, têm seus escritórios. São advogados e advogadas de sucesso. Cheguei, finalmente, a conclusão de que o chefe tem que delegar poderes. Enfeixar tudo nas mãos é um péssimo negócio.

Certo é que o seu liderado não pode, em certos casos, prescindir da sua ajuda. E você, deve estar pronto para ajudá-lo. Mas não deve fazer disso um hábito que o torne incapaz de resolver, por si só, seus problemas. Um líder servidor ajuda a todos, porém, dentro de certo limite. Isto é, sem cometer exageros. Não queira ser bonzinho. Liderar não é ser bonzinho e, sim, atuar com amor e justiça.

Deixe a pessoa fazer.

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