segunda-feira, 31 de agosto de 2015

Quando o escritor enlouqueceu (crônica)

Ao terminar de escrever seu último livro, imaginou que seria publicado e exposto nas livrarias de seu imenso país: Brasil. Imaginou que seria traduzido e publicado em sete idiomas e setenta editoras o procurariam. E mais. Que seria lido nos quatro cantos da terra.

Imaginou, também, que seu livro converteria milhões de pessoas ao cristianismo e por meio dele alcançariam a felicidade. Vigente o que Jesus ensinou: "Amai-vos uns aos outros como eu vos amei". Ainda, que seria abençoado, por ter enfatizado inúmeras vezes que as preocupações, a angústia e a depressão, são frutos de pensamentos negativos. De uma vida sem crença, sem Deus. E que a cura está em Jesus; nas orações. Ele é o caminho, a verdade e a vida.

Imaginou sendo convidado para fazer parte da Academia Brasileira de Letras. E para que seus pensamentos se tornassem realidade, rezou quarenta dias e quarenta noites. Fez promessa: ler a Bíblia inteira, iniciando com o evangelho de João, por ser este o discípulo preferido de Jesus. Enviou os originais para sete editoras. Uma de cada país.

A cidade ficou sabendo do que imaginava o escritor e todos diziam: "O escritor enlouqueceu!". Seus familiares e amigos, quando interrogados, diziam também achar que sim. Todos esquecidos de que "de médico e louco todos nós temos um pouco".

Mas, numa certa noite um anjo lhe apareceu e disse: "Seus pedidos foram ouvidos por Deus e o melhor aconteceu: seu nome foi escrito no livro da vida, como merecedor da salvação". E, daquele dia em diante, as sete editoras enviaram respostas positivas, convidando-o para contratos de direitos autorais.

Seu livro foi publicado em sete idiomas e setenta editoras o procuraram. A Academia Brasileira de Letras convidou-o a concorrer para a ocupação de uma cadeira que se encontrava vaga.  E ninguém mais naquela cidade o chamou de louco. Passaram a dele se orgulhar, dizendo: "Nosso grande escritor!".

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Tolo é quem não acredita na força do pensamento positivo e na lei da atração. José Moura Gomes

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